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Vinte e cinco mentiras que contaram em Leaving Neverland


“Leaving Neverland” objetivava dominar seus espectadores com descrições detalhadas e impactantes. Muitos críticos e jornalistas apontaram isso repetidamente como o aspecto mais "convincente" do filme. Contudo, o que eles esqueceram de nos contar é que a cada vez que Wade Robson e James Safechuck tentaram descrever lugares, datas, ou acontecimentos específicos, eles foram amplamente desmascarados pelos fatos concretos. E já que este é o caso, eis aqui uma lista de não menos do que vinte e cinco mentiras que nos contaram em "Leaving Neverland".



Mentira 1: os relatos de Robson e Safechuck são similares e eles nem se conheciam


De acordo com o depoimento do próprio Wade Robson em 2016 (meses antes da produção do filme começar), ele encontrou com James Safechuck no mínimo uma vez no começo de 2014. Isto é, exatamente quando Safechuck estava preparando-se para juntar-se a Wade Robson num processo multi milionário contra as empresas e o espólio de Michael Jackson. Desde o começo desta questão, Robson e Safechuk têm sido representados pelos mesmos advogados. Os dois estão efetivamente tão sincronizados que em julho de 2016 ambos deixaram os seus primeiros advogados, contrataram novos, e mudaram as alegações em perfeita concordância um com o outro.


Durante a divulgação de “Leaving Neverland”, os criadores do filme enfatizaram repetidamente que os relatos de Wade Robson e James Safechuck são semelhantes mesmo sem eles nunca terem se encontrado como adultos antes do lançamento do filme no Festival Sundance em janeiro de 2019. E, sendo assim, as alegações deles não poderiam ter sido articuladas previamente. Essa afirmação é uma mentira gritante - tais semelhanças estão bem longe de serem coincidência.



"A primeira vez que eles se encontraram como adultos" - Festival Sundance 2019
 

Mentira 2: "Michael me substituiu por um menino mais novo"


Robson e Safechuck não somente apresentaram seus próprios relatos - – eles alegam que há outras "vítimas mais jovens" que Jackson teria abusado quando Robson e Safechuck ficaram "velhos demais" pra ele. Safechuck falou sobre a noite em Chicago, onde ele foi where finalmente substituído por Brett Barnes e então teve que passar a noite chorando no sofá. Robson, igualmente, também mencionou Brett Barnes como "o outro menino australiano" que Jackson também teria molestado.


Mas Brett Barnes permanece defendendo Jackson e insiste que ele nunca foi molestado. Ele inclusive respondeu diretamente sobre o filme e seus advogados solicitaram que tais alegações fossem removidas do filme: "Que vocês façam um filme insinuando fortemente que o senhor Barnes foi sexualmente abusado por um de seus melhores amigos é ultrajante. Que ninguém sequer tentou contactar o senhor Barnes para perguntá-lo sobre tal acusação é inadmissível. Dito de maneira simples, o senhor Barnes não quer ter nada a ver com o filme, ele não consente com o uso de sua imagem ou retratação no filme, e deseja ser deixado em paz", diz a carta dele à HBO.


Em maio de 2013, quando Barnes soube do processo civil de Wade Robson contra o espólio de Michael Jackson, ele protestou no Twitter dizendo: "Eu gostaria que as pessoas se dessem conta de que, nos seus últimos momentos na Terra, todo o dinheiro do mundo não te servirá de conforto. A minha consciência limpa sim".

 

Mentira 3: "Michael me substituiu pelo jovem Macaulay Culkin"


Depois de "Leaving Neverland", Culkin novamente defendeu Jackson e diz que ele jamais foi abusado: "Olha, eu vou começar com uma frase - não é uma frase, é a verdade: ele nunca me fez nada. Eu nunca o vi fazer nada. E especificamente a essa altura, eu não teria motivo algum para esconder nada. O cara já se foi. Inclusive, eu não vou dizer que seria moda nem nada disso, mas agora seria justamente um bom momento pra falar. E se eu tivesse algo para falar sobre, eu definitivamente diria. Mas não, eu nunca vi nada, ele nunca fez nada".


Jackson e Culkin, 2001

Wade e sua mãe alegam que quando eles se mudaram para os Estados Unidos, eles perceberam uma mudança no comportamento de Jackson em relação a eles e que o jovem Macaulay Culkin havia tomado toda a atenção dele. Macaulay é, na verdade, mais velho que Wade dois anos. Wade fez essas alegações mesmo embora Macaulay Culkin as tem rejeitado continuamente ao longo dos anos.



Quando o diretor Dan Reed foi questionado sobre Culkin e Barnes, ele disse que tinha "lido sobre eles" mas, por alguma razão, ele nunca se deu ao trabalho de conversar com eles antes de decidir retratá-los falsamente como vítimas. "Eu não quero empurrar Macaulay ou Brett para eles admitirem nada ou fazê-los confrontar qualquer coisa que eles não queiram confrontar agora", declarou Reed.

 

Mentira 4: "Michael nos mantinha separados"


Robson e Safechuck alegam que Jackson não queria que suas supostas vítimas soubessem um do outro e garantia que eles nunca estivessem no mesmo lugar ao mesmo tempo. Contudo, provas mostram que os dois se encontravam sim quando crianças, o que prova que não havia tal esforço para mantê-los separados. Além disso, há dúzias de fotos e vídeos que provam que as crianças que visitavam Neverland não só conheciam umas as outras como também passavam muito tempo juntas, incluindo Wade Robson, James Safechuck, Brett Barnes, Frank Cascio, e até Jordan Chandler. O próprio Wade testemunhou em 2005 que uma vez ele passou a noite em Neverland com Macaulay Culkin e Jordan Chandler.


Michael Jackson, Brett Barnes, Wade Robson e James Safechuck
Jackson, Wade, e Safechuck
Brett Barnes, Michael Jackson, e Jordan Chandler
 

Mentira 5: A estação de trem imaginária


Safechuck alega um abuso contínuo na estação de trem de Neverland. Ele alega que ele e Jackson costumavam "ter sexo" ali no começo do "relacionamento" com Jackson. Entre novembro de 1987 e janeiro de 1990: "Na estação de trem há um quarto no segundo andar… E nós tínhamos sexo lá também. Isso acontecia todos os dias. Soa doentio mas é tipo quando como você tá começando a namorar com alguém, sabe. Aí você quer fazer bastante. É bem tipo isso". De acordo com Safechuck, a última vez que ele foi abusado foi em 1992, quando ele fez 14 anos e se tornou "velho demais" para Jackson.


Semanas depois de "Leaving Neverland" ser lançado, a mentira de Safechuck foi exposta: a icônica estação de trem nem sequer existia naqueles anos. Os alvarás mostram que a permissão para a construção só aconteceu em setembro de 1993. E o processo de construção acabou no inverno de 1994 - no mínimo 4 anos depois do período que Safechuck alega em seu relato que ia todos os dias ao local.


A estação de trem não estava construída: foto aérea de Neverland, agosto de 1993.
 

Mentira 6: O castelo invisível


Outros lugares mencionados por James Safechuck como locais de abuso foram o castelo de Neverland e os salões de fliperama, "em pequenas camas". Três diferentes pessoas que trabalharam em Neverland desmentem isso também. O primeiro, o gerente de manutenção Alan Scanlan, declarou que não havia camas de tipo nenhum nesses lugares. Brad Sundberg, o engenheiro de som de Neverland confirma também este fato - nenhuma cama no castelo, que era cercado de janelas grandes. Em 2013, Rob Swinson, o consultor e desenvolvedor de brinquedos do parque de diversões de Neverland descreveu o castelo em uma entrevista: "havia uma pequena TV no canto e nada mais".


Peculiarmente, o castelo também não existia nos anos mencionados. E a construção terminou em 1991.


Janeiro de 1991 - o castelo em construção

O Castelo de Neverland - vazio e cercado de janelas

 

Mentira 7: Asneira, asneira, itens falsos na fogueira


"Leaving Neverland" termina com uma cena dramática na qual Wade taca fogo em supostos presentes recebidos de Jackson ao longo dos anos. Esses itens eram falsos: Wade os leiloou na casa de leilões Julien's Auctions em 2011. Nenhum dos itens queimados pertenceu a Jackson (uma cópia embalada do disco Thriller 25, uma réplica da luva de Billie Jean, o livro Michael Jackson Opus, et cetera) - ao contrário dos caros itens que Wade vendeu por mais de cem mil dólares meses antes de ele "perceber" que foi abusado.


Luva falsa em "Leaving Neverland"

Em fevereiro de 2019, a casa Julian's Auctions confirmou que Wade vendeu seus valiosos itens, dizendo que ele "precisava do dinheiro". É bastante interessante que eles também disseram que Wade tentou vender anonimamente, mas eles não concordaram.


Luvas e chapéu originais que pertenceram a Michael Jackson e Wade vendeu em 2011:

 

Mentira 8: Joy Robson se livrou de qualquer coisa relacionada a Jackson


Joy Robson diz que ela se livrou de qualquer coisa que tinha "o nome ou assinatura de Michael Jackson" assim que Wade lhe contou sobre suas alegações em 2012. E ainda em "Leaving Neverland" (gravado em 2017), ela mostra fotos, fitas, vídeos de aniversário, mensagens de fax, os quais ela claramente nunca se preocupou em jogar fora.


A família Robson continuou vendendo itens valiosos recebidos de Jackson mesmo depois que Wade processou o espólio dele. Em agosto de 2015, eles catalogaram um retrato de Michael Jackson emoldurado, com o pedindo a quantia de mil e cem dólares. A inscrição na foto diz: "para Wade, o melhor amigo no universo, com amor, Michael". A venda foi publicada no eBay sem revelar a identidade dos proprietários.


Agosto de 2015 - Chantal Robson ainda vendendo itens de Michael Jackson
 

Mentira 9: "Michael nos ensinou a odiar garotas"


Wade Robson namorou com a sobrinha de Michael Jackson, Brandi Jackson, por mais de 7 anos, incluindo o período no qual ele alega que tinha uma relação com Michael Jackson. Em fevereiro de 2019 Brandi Jackson, sobrinha de Michael Jackson,revelou que o tio dela a apresentou a Wade Robson, quem veio a se tornar seu namorado de longa data: "Wade e eu estivemos juntos por mais de 7 anos, mas eu aposto que isso não está no "documentário" dele porque isso arruinaria a linha do tempo dele. E eu já mencionei que foi meu tio Michael que nos apresentou? Wade não é uma vítima". Com isso, Brandi Jacksoncontradiz completamente o que Wade Robson e James Safechuck disseram no filme.


Wade e James alegam que Jackson odiava garotas e lhes disse que eles também deveriam odiá-las. Primeiro, não há evidência de que Jackson jamais teve sentimentos negativos para com garotas ou mulheres. Longe disso, meninas e meninos igualmente visitavam Neverland e passavam tempo com Jackson ao longo dos anos.

Michael com Brandi Jackson e Wade Robson, 1990
 

Mentira 10: As mensagens de fax da família Robson


Ambas famílias apresentaram algumas lembranças antigas de Jackson, mas nenhuma delas fornece nenhuma evidência que corrobora com qualquer das alegações contra ele. A família Robson mostrou correspondências de 27 anos atrás trocadas entre Joy e Jackson, o que eles descrevem no filme como "cartas de amor" para Wade. A cena que mostra os fax foi até declarada como um dos "5 momentos mais chocantes de Leaving Neverland," como se aqueles fax fornecessem nada menos do que provas cabais. Mas a cena dos fax pretendia despistar os espectadores da óbvia ausência de evidências ao longo do filme. O conteúdo dos fax é claramente nada incriminador - uma vez que tudo que eles mostram é Jackson expressando afeto para com a família Robson, assim como ele fazia com outras também.


De acordo com o depoimento de 2016 dado por Joy Robson, todos aqueles fax foram enviados para ela. Joy disse que, na maioria das vezes, era a assistente pessoal de Jackson que os enviava - simplesmente porque Jackson não sabia fazer isso. Os documentos do tribunal contêm quase 40 fax que eram endereçados à família inteira: "Joy, eu amo todos vocês", "Joy, qualquer coisa que eu puder fazer para ajudar, eu farei", e "Chantal, eu amo você porque você é muito gentil e doce" - tais mensagens jamais foram apresentadas em "Leaving Neverland," porque elas não se encaixam na alegação de Wade sobre os fax.

 

Mentira 11: A fita cassete da família Safechuck


A única "evidência" que James Safechuck mostra em Leaving Neverland, é uma fita de uma entrevista de Michael Jackson que ele gravou de brincadeira depois da viagem para o Havaí com a família Safechuck family. Na gravação, podemos ouvir Jackson dizer: "a melhor coisa no Havaí foi passar tempo com o Jimmy" uma óbvia tentativa de fazer a entrevista soar insinuante. Contudo, documentos mostram a transcição completa da fita, o que mostra que a gravação foi cortada e editada porque na realidade Jackson disse: "A melhor coisa no Havaí foi passar tempo com Jimmy, eu adoro a família dele e adoro passar tempo com eles"


 

Mentira: A declaração de Mark Geragos manipulada


Em certo momento do filme, há um vídeo de um dos antigos advogados de Jackson dando uma coletiva de imprensa em 2003. A intenção do vídeo era provar que Jackson tinha um método agressivo e intimidador de silenciar vítimas para que elas não se atrevessem a testemunhar com ele no julgamento de 2005.


O problema é que o vídeo original, de 2 minutos, foi transformado em 15 segundos sem contexto. Geragos, que não representava Jackson no julgamento de 2005, se referia a uma questão completamente diferente: ele se dirigia especificamente diretamente aos dois homens adultos que grampearam ilegalmente o telefone de Michael Jackson. As frases nas quais Geragos menciona esses homens foram simplesmente omitidas do filme. Você pode ver a edição manipuladora no vídeo a seguir:


(na esquerda: a versão Leaving Neverland", na direita - o vídeo original)


In March 2019, Geragos addressed the manipulative scene:

"Aquela coletiva de imprensa não tinha nada a ver com os acusadores dele. Era direcionada especificamente a dois homens adultos que grampearam MJ e foram indiciados e se declararam culpados e foram pra prisão federal. Mas obrigado por levantar essa bola porque assim agora talvez eu tenha uma causa de ação. #éumfilme é um empurrão"

 

Mentira 13: A intimação que nunca existiu


Wade alega que ele não queria testemunhar a favor de Jackson em 2005 mas foi obrigado a fazer isso por ter sido intimado. Quando perguntado sobre isso em 2016, Wade disse que ele se lembra de receber a intimação. Mas não lembra quando, nem onde estava, nem se alguém estava com ele. Wade nunca apresentou a intimação em tribunal nem forneceu nenhuma prova de que ele foi intimado em algum momento.


De acordo com Scott Ross, o investigador da defesa de Jackson no julgamento de 2005, eles nunca mandaram intimação alguma para Wade: "Sobre fazer alguém testemunhar - Eu adoraria que o Wade me mostrasse a intimação que ele nunca recebeu. Eu simplesmente liguei pra ele e disse: "nós precisamos que você esteja aqui no dia tal na hora tal" Eu estava me comunicando regularmente com a irmã dele, que também testemunhou, eu estava em constante contato com a mãe dele, que também testemunhou. Então, novamente, quando eu ouço algumas dessas alegações, eu estou tentando não dizer o nível de estupidez - o nível do absurdo é insano!".



O advogado de Jackson em 2005, Thomas Mesereau, declarou que ele nunca ouviu falar de ninguém da equipe dele ter enviado intimação a Wade: "[essa alegação] me choca [...] Ele e a mãe dele e a irmã todos vieram voluntariamente a Neverland determinados a apoiar Michael Jackson dentro e fora do tribunal. E foi isso que eles fizeram".

 

Mentira 14: O telefonema que ninguém deu


James Safechuck alega que "quando o fim do julgamento se aproximava", houve uma tentativa de obrigá-lo a testemunhar a favor de Jackson. Ele diz que Jackson e sua assistente Evvy Tavasci ligavam e imploravam que ele testemunhasse e quando ele se recusou, Jackson ficou com raiva "o ameaçou". Na realidade, porém, James Safechuck era irrelevante para o julgamento de 2005 e seu testemunho nunca foi necessário.


Dia 28 de março de 2005, o juiz Rodney Melville já havia decidido que "não serão permitidas no julgamento evidências relacionadas a Jimmy Safechuck". Desde os primeiros estágios do julgamento, o tribunal decidiu que James Safechuck era uma "pessoa nula" uma vez que não havia alegação que o envolvesse, nem testemunhas que o envolvessem, e porque o próprio Safechuck havia declarado sob juramento que ele jamais havia sido molestado. Portanto a defesa não teria razão para chamar Safechuck para a bancada e ele não estava na lista de testemunhas, nem como testemunha de reputação sequer.

"James Safechuck não teve nada a ver com o julgamento, em absoluto. No máximo ele assistiu pela TV, esse é o mais perto que ele chegou do julgamento" disse Ross. Ele também enfatizou que Jackson ou a assistente dele nunca estiveram em contato com as testemunhas. Esse era um trabalho somente de Ross.

 

Mentira 15: A premiação do Grammy


Em seu processo civil contra o espólio de Michael Jackson e suas empresas, Safechuck alega que Jackson o levou para Nova Iorque para assistir à performance de Michael no Grammy em fevereiro de 1989. De acordo com sua declaração, ele estava sozinho com Jackson nessa viagem, e "abuso contínuo acontecia". O problema é que Jackson sequer esteve no Grammy de 1989, que na verdade, aconteceu em Los Angeles.


Isso não é apenas um pequeno erro de datas. Jackson se apresentou de fato no Grammy de 1988 e ambos James e sua mãe Stephanie o acompanharam na viagem a Nova Iorque. De acordo com o próprio processo de Safechuck, à época dessa viagem em 1988, a mãe dele não permitiu que ele dormisse no quarto de Jackson, e ele dormiu em um quarto separado, junto com a mãe. Um "abuso contínuo" não poderia estar acontecendo durante tal viagem, o próprio Safechuck alega que seu abuso sexual começou em junho de 1988, num quarto de hotel em Paris.

Performance de Jackson no Grammy de 1988
 

Mentira 16: À vista de todos


Apesar de retratar Jackson como um abusador muito cuidadoso e paranoico que aplicava um elevado grau de esforço em cuidado para não ser pego, James Safechuck também alega que ele foi molestado em todos os cantos possíveis -- e impossíveis -- de Neverland. Entre eles estão lugares que são abertos e qualquer um poderia ver o tempo inteiro.


Safechuck alega ter sido molestado na piscina de Neverland. Contudo, a piscina de Neverland está localizada numa área central onde qualquer visitante ou funcionário poderia ver de longe. Além disso, a piscina era cercada de câmeras de vigilância do Departamento de Bombeiros de Santa Barbara 24 horas por dia, todos os dias.


A piscina de Neverland

James Safechuck conta de uma vez que ele e Jackson quase foram pegos no ato pela mãe dele: "O cinema tinha aqueles dois quartos, que tinham janelas grandes de vidro, que dá para ver o cinema, e a gente também tinha sexo nesses quartos. Isso era um pouco perigoso, mas tem um pouco de excitação nisso". Stephanie, a mãe de James, corroborou este relato quando ela descreveu dramaticamente como numa noite ela tentou entrar no cinema quando Jackson estava lá com o filho dela "mas as portas estavam trancadas por dentro".


Essa situação também vem a ser impossível: as portas do cinema são portas de saídas de emergência (se abrem ao pressionar a maçaneta) e não podem ser trancadas por dentro. De acordo com Alan Scanlan, que construiu o cinema de Neverland, só era possível trancar as portas pelo lado de fora, o somente os seguranças tinham a chave.

O cinema de Neverland
 

Mentira 17: Os apelidos


O filme também aborda apelidos dados por Jackson a Wade e James: Rubba Head, Apple Head, e Doo-Doo Head, insinuando que esses apelidos são provocantes e sexuais. O ex ator mirim Emmanuel Lewis, que era amigo de Jackson, explicou que foi ele que inventou o apelido Rubba: "Todo mundo chamava um ao outro de Rubba. Não significava nada". De fato, dúzias de vídeos disponíveis online confirmam que Jackson chamava a todos por esses apelidos: seus amigos, seus próprios filhos, suas sobrinhas, sobrinhos e primos. "Nós fomos os primeiros rubba, doo doo, e appleheads," escreveu Yashi Brown, sobrinha de Jackson, em reação ao filme.


"Tchau Rubba" - Carta de Jackson para o sobrinho Taj.
 

Mentira 18: Bem fora da câmera


Em "Leaving Neverland", Wade diz que Jackson lhe deu uma câmera de vídeo como "recompensa por favor sexual" logo depois do seu último suposto abuso aos 14 anos: "Na manhã seguinte ele me entregou uma, tipo, uma câmera nova que ele tinha conseguido que eu podia brincar com ela".


Imagens de Wade aos 14 anos mostradas em "Leaving Neverland" durante a cena

Mas em 2002 Wade contou uma versão completamente diferente sobre como e quando ele ganhou a câmera: "Mesmo quando eu comecei o meu interesse por direção de filmagem, que faz bastante tempo, quando eu tinha 7 anos, ele comprava uma câmera para mim, mas em vez de apenas me dar, ele me dava e dizia: aqui está uma câmera de vídeo, tire uma semana para aprender a usar - grave algumas coisas, se você fizer algo interessante você pode ficar com ela, se fizer mal feito eu vou tomar de volta".


Trocas de e-mail entre Wade e sua mãe, também conhecida como Joey Robson, confirmam que Wade ganhou a câmera na primeira viagem deles aos Estados Unidos, quando ele tinha 7 anos, e não em 1996. Essa troca de e-mails é de outubro de 2012, quando Wade estava escrevendo seu livro e preparando o processo civil. Ele havia trocado muitos e-mails com a mãe sobre os detalhes da relação deles com Jackson, os quais eles mais tarde alegou nunca ter esquecido.



E-mail de Wade de 2012 (recuperado em um processo de 2016)
 

Mentira 19: A razão pela qual Wade testemunhou a favor de Jackson

Desde que Wade fez o processo de 2013, ele alega repetidamente que "não tinha percebido que tinha sido abusado" e que "não sabia que era errado" e que por isso ele testemunhou no tribunal que Jackson nunca o molestou. Todavia, Wade contradiz sua própria alegação, a do filme e a do processo. Em um momento durante o filme, ele explica que decidiu testemunhar a favor de Jackson porque ele se sentiu mal pelos três filhos dele e não queria que eles perdessem o pai deles. A preocupação de Wade sugere que ele estava, sim, bastante ciente de que o "relacionamento" que ele diz que não sabia até 2012 que seria um abuso, seria errado e inapropriado. No tribunal ele respondeu perguntas explícitas e específicas sob juramento e declarou que ele estava ciente de que Jackson seria preso se fosse condenado.


Wade Robson, momentos após testemunhas a favor de Jackson em 2005.

P. O senhor Jackson beijava você periodicamente, não é? -R. Não.

P. Periodicamente abraçar você? -R. Sim.

P. Tocar você? -R. Me abraçar. Isto é...

P. Passar as mãos dele pelos seus cabelos? -R. Não.

P. Tocar sua cabeça e seu rosto? -R. Sim.

P. Ele já beijou você na bochecha? -R. Sim.

P. Ele já beijou você nos lábios? -R. Não.

À medida que o testemunho prosseguia, Wade respondia a mais perguntas dessa natureza:

P. Nas ocasiões que você deitou na cama com o senhor Jackson, vocês em algum momento se aconchegavam um ao outro na cama? -R. Não.

P. Vocês se deitavam perto um do outro? -R. Não.

P. Ele tocava você? -R. Não.

P. Você consideraria inapropriado que tivessem se aconchegado um ao outro na cama? -P. Desculpe?

P. Você consideraria inapropriado que tivessem se aconchegado um ao outro na cama? -R. Não.


Wade aos 11 anos diz que as alegações contra Jackson são "doentias", em 1993:


 

Mentira 20: Michael deu uma casa aos Safechuck porque eles o defenderam


"Nós queríamos comprar outra casa e Michael nos deu um empréstimo a juros muito baixos. Meu marido já tinha dado o depoimento dele, nós estávamos do lado do Michael, meu filho também, e depois que tudo já estava terminado e resolvido foi quando Michael perdoou a dívida. Michael disse: "não, eu não quero mais que você pague, é um presente". Então ele comprou sim uma casa pra gente. É coincidente, ele não estava nos comprando, mas a coincidência está aí. Só que soa mal"


Stephanie Safechuck insinuou que Jackson lhes presenteou com uma casa nova depois que eles testemunharam a favor dele em 1994. A verdadeira sequência dos fatos refuta completamente as insinuações dela:


Documentos mostram que os pais de James Safechuck pediram ajuda a Jackson para comprar uma casa nova. Em maio de 1992, Jackson concordou em ajudar a fez um contrato fiduciário que lhes fixou uma garantia para o empréstimo de 305 mil dólares com juros baixos. O acordo deles declarava que os Safechuck teriam que pagar de volta o empréstimo. As partes assinaram o acordo muito tempo antes das alegações de Chandler, dois anos antes de Jackson precisar que qualquer um testemunhasse a favor dele. Mesmo depois da família testemunhar, a pagamento ainda foi cobrado deles. Os Safechuck continuaram pedindo mais prazo.


Em junho de 1997, 5 anos mais tarde, os advogados de Jackson decidiram perdoar a dívida que os Safechuck não pagavam. O perdão da dívida não foi subsequente às alegações ou ao apoio dos Safechuck.


 

Mentira 21: "Wade e Safechuck não têm nada a ganhar"


Os criadores do filme insistiram em apresentar Wade e James como pessoas que "não têm interesse financeiro". Os processos póstumos deles contra as empresas de Jackson são mencionados brevemente como uma questão insignificante, mas não é. "Leaving Neverland" trata de alegações por trás de um processo multimilionário que ainda corre até hoje. O filme claramente pretendia apoiar os processos deles. Esse filme foi até usado em apoio a uma mudança na lei [Código de Processo Civil, seção 340.1], a qual permite que os processos deles agora sigam adiante.


Inclusive, desde que "Leaving Neverland" foi ao ar, vários documentos expuseram a situação financeira instável de Wade e Safechuck e a situação empregatícia deles. Wade Robson tentou continuamente lucrar a partir da relação dele com Jackson. Vendendo itens valiosos, tentando conseguir trabalhos relacionados a Jackson, e até buscando um caro caro contrato editorial para a publicação de um livro caro meses antes do processo dele.

 

Mentira 22: A Stephanie dançante


Stephanie Safechuck disse que estava deitada na cama quando ela ficou sabendo da morte repentina de Michael Jackson em 2009 (que aconteceu por volta das 2 da tarde no fuso horário dela): “Eu dancei quando eu ouvi que ele tinha morrido. Eu estava deitada na cama, as notícias saíram e eu saí da cama e eu estava tipo "Oh, graças a Deus ele não pode mais ferir nenhuma criança", esses foram meus pensamentos. Eu estava tão feliz que ele tinha morrido."


Mas, de acordo com o filho dela, ele nunca contou a ninguém sobre abuso e nem sequer havia percebido que tinha sido abusado até ver a entrevista de Wade Robson na TV em 2013 - e somente aí ele contou à família dele sobre isso. Stephanie não poderia ter sabido sobre o suposto abuso 4 anos antes de James contar a ela sobre isso.


 

Mentira 23: "Michael nos afastou de nossas famílias"


Outra falsa alegação de "Leaving Neverland" foi que Jackson separava crianças de suas famílias para poder controlá-las. De acordo com funcionários de Neverland e várias pessoas que trabalharam para Jackson, James Safechuck estava sempre acompanhado por seus pais - em visitas e na viagem. A assistente de Jackson, Evvy Tavasci, declarou em seu depoimento de 2016 que a família Safechuck inteira visitou Neverland "muitas vezes" no começo dos anos 90, mas Jackson raramente estava lá durante essas visitas, embora ele ainda era generoso com eles. Outra funcionária de Neverland, Judi Brisse tuitou assim que o filme foi ao ar:


"Eu trabalhava em Neverland quando os Safechuck iam lá, no começo dos anos 90. Eles não tinham problema algum em tirar vantagem da generosidade do senhor Jackson. Michael nunca estava na propriedade quando eles vinham. Por escolha dele".

Joy Robson também contradiz a alegação do filho dela. De acordo com os depoimentos dela, de 1993 e 2016, e o testemunho de 2005, ela estava em Neverland todas as vezes que o filho dela esteve lá, excetuando uma única vez em 1993. Ela também testemunhou que nunca sentiu que ninguém estaria tentando afastá-la do quarto de Michael. De acordo com Joy, a família dela visitou Neverland entre 40 e 50 outras vezes quando Michael Jackson não estava lá.

Os Safechuck visitando Jackson no estúdio, 1993.

Outras famílias que eram amigas de Jackson ao longo dos anos sempre sustentaram que ele passava tempo com a família inteira.

 

Mentira 24: Nunca "Deixaram Neverland"


O filme foca em experiências traumáticas de Wade e James em Neverland, o famoso rancho de Michael Jackson. Mas nos processos deles, Neverland era nada menos do que "maravilhoso" e uma "terra sagrada" aos olhos deles.


Ao longo dos anos, Wade e James continuaram indo a Neverland, estando Jackson lá ou não. De acordo com o testemunho de Wade Robson, ele e sua família visitaram neverland mais de 40 vezes na ausência de Jackson. Quando ele foi perguntado sobre o lugar em entrevistas, ele exaltou: "É como a Disney, é o melhor lugar do mundo!". Em 2008 Wade e sua esposa Amanda criaram um filme em Neverland e agradeceram a Michael Jackson nos créditos: "Nós gostaríamos de agradecer MJ por por nos permitir usar a terra sagrada dele". James Safechuck fez um vídeo em Neverland também. Efetivamente, a maioria das fotos que aparecem em "Leaving Neverland" foram tiradas por Safechuck durante a filmagem do filme dele em 1996.


Wade amava tanto Neverland que quando ele decidiu se casar com Amanda, ele pediu para realizar a cerimônia exatamente lá, na casa de Jackson. Em março de 2019, a assistente e babá dos filhos de Jackson, Grace Rwaramba, revelou o esquisito pedido de Wade feito no meio do julgamento de Jackson em 2005. Rwaramba lembrou: "Eu lembro de responder firme: ‘você realmente acha que eu vou pedir isso ao Michael bem agora - durante o julgamento - se você pode usar o rancho dele para seu casamento? [...] Por que alguém que supostamente foi molestado por mais de 7 anos quereria ter um dos eventos mais sagrados da vida dele no mesmo lugar que os ataques supostamente aconteceram?"


Wade e sua esposa Amanda no rancho Neverland, 2008
 

Mentira 25: "não surgiu nada que lance qualquer dúvida sobre o que eles disseram"


Se você chegou até aqui, essa mentira deve ser bastante óbvia. O diretor de "Leaving Neverland", Dan Reed, defendeu as muitas falhas de seu filme e declarou que a pesquisa dele foi nada menos do que perfeita: "Não surgiu nada que lance qualquer dúvida sobre o que eles me contaram e sobre o que está no filme. A gente não conversa com a pessoa só uma vez. A gente fala com ela de novo, de novo, e de novo. A gente convive com a pessoa. Eu nunca peguei nem um relance de nada que me fizesse suspeitar de que eles estivessem sendo menos do que verdadeiros".


Na realidade, Dan Reed insistiu em falar somente com a família Robson e família Safechuck, e "investigadores da acusação" do caso de 2005 - e só. Ele admitiu ter ignorado quem tivesse convivido com Michael Jackson quando criança e que têm algo diferente para contar sobre ele. Incluindo Macaulay Culkin e Brett Barnes, os quais ele apresentou falsamente como vítimas de Jackson. Se recusou a falar com a família Jackson, trabalhadores de Neverland, e qualquer um que validasse o lado de Jackson. Reed nem sequer estudou as declarações dos próprios Wade e James e os depoimentos do processo deles que corre contra as empresas MJJ, os quais são facilmente acessíveis a qualquer um que esteja disposto a conduzir uma investigação adequada. Todos os fatores acima mencionados teriam produzido um resultado completamente diferente - um documentário profissional, factual, e possivelmente mais ponderado.

 

As Mentiras de Leaving Neverland com legendas em português Assista online


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